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Em um dia, casos suspeitos de coronavírus sobem de 11 para 85 em SP

Após a confirmação de um caso do novo coronavírus em São Paulo na quarta (26), o governo do estado afirmou hoje que existem 85 pacientes com suspeita de contaminação pela doença. Ontem, a Secretaria de Saúde de São Paulo havia dito que trabalhava com 11 suspeitas.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, atribuiu o aumento do número à ampliação dos países que são considerados áreas de risco do novo coronavírus.

“Nós só tínhamos nexo de caso com a China. Aí passou uma série de países da chamada península asiática [para a lista de países que têm a confirmação do vírus]. Quando incluímos a Itália, essas combinações aumentaram muito. A Lombardia [região daquele país para onde o homem diagnosticado viajou] é uma das regiões mais visitadas no planeta. Então, era muito claro que iria aumentar os casos suspeitos”, argumentou. Para ele, todavia, casos do vírus influenza ainda são “centenas de milhares de vezes” mais comuns do que os do novo coronavírus no hemisfério norte.

Helena Sato, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do estado, afirmou hoje em entrevista coletiva que os pacientes apresentam tosse, febre, coriza e viajaram recentemente para regiões de risco. “Entre esses 85 casos suspeitos, temos dois comunicantes do caso inicial [do empresário de 61 anos diagnosticado com a doença]. O mais importante é ressaltar que todos estão muito bem, e estão em acompanhamento domiciliar”, disse Sato. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que irá antecipar a campanha de vacinação contra gripe, que irá começar no próximo dia 23. Serão distribuídas 75 milhões de doses da vacina. Essas vacinas, no entanto, não imunizam contra o corona.

Segundo o coordenador do Centro de Contingência do Covid-19 em São Paulo, o médico infectologista David Uip, o número corresponde a um décimo da produção mundial das vacinas contra gripe. Uma vacina específica para o coronavírus, no entanto, é tratada com cautela tanto pelo ministério da Saúde quanto para a secretaria do Estado. Segundo David Uip, este é um processo complexo que exige testes clínicos e que deve demorar pelo menos três meses.

Ministro defende isolamento domiciliar

O Brasil teve ontem o primeiro caso confirmado de coronavírus no país. Um homem de 61 anos, que tinha acabado de voltar da Itália, testou positivo para o covid-19. Ele viajou para a região de Lombardia, ao norte do país europeu. Além dele, outras 30 pessoas com quem teve contato durante um almoço familiar estão sendo monitoradas. O homem está em isolamento domiciliar. Questionado sobre o isolamento domiciliar a que o primeiro paciente está submetido, Mandetta fez referências à China para argumentar que, nas hipóteses referentes ao coronavírus, a internação em um hospital ou em postos de saúde podem piorar a situação. Segundo o ministro, a construção de um hospital em poucos dias.

Pouco antes, David Uip havia endossado os mesmos argumentos. “A grande maioria dos pacientes apresentará sintomas mínimos. Nos casos mais graves, a minoria, eles buscarão hospitais especializados. Paciente com tosse e febre fica em casa para ser hidratado, se alimentar bem e repousar. (…) A China hospitalizou todos os pacientes e deu no que deu.” O ministro também explicou como é feito o monitoramento das pessoas que tiveram contato com o infectado. “O monitoramento é feito a partir da secretaria de saúde do local. Se a pessoa estava no avião e pegou uma conexão para Pernambuco, quando for localizada, vamos comunicar para que o estado entre em contato com ela. A partir daí, ela é monitorada com telefonemas diários, onde perguntam se está tudo bem. Se a pessoa tiver alguma coisa, gripe ou tosse, ela é orientada a procurar um posto de saúde. Essa é a rastreabilidade de um contatante eventual”, afirma Mandetta.

Fonte: https://noticias.uol.com.br